
(do Tio Verdades do Ervedal )
I
A primeira vez que a vi
Fitar-me com intenção,
Experimentei tal emoção...
Forte volúpia senti!...Pensando me decidi
P'los amores desta pequena,Tinha odores de açucena!
Pedi-lhe uma entrevistaA palpitar na conquista,
Corria a noite serena !II
Lânguido pelo calor...
Não sei bem o que lhe disse...
Veio dizer-me com meiguiceTernos segredos de amor !
Pressenti-lhe nesse ardorA vontade de noivar !
Decidi então beijarAquela face mimosa!
À luz da noite amorosaCom seu pálido luar!
III
Parando em pleno jardim
Meio ébrios, em devaneios.
Senti-lhe o calor dos seiosInclinada para mim.
Tombámos o alecrimJunto aos mais tenros verdores.
Amarrotámos as flores,A que ela se dedicava !
Enquanto ela suspirava, Falava a Brisa d ' Amores !
IV
Afaguei-a com delírio!
Sorvendo as suas carícias,
Colhendo a flor do martírio!Beijei aquele alvo lírio!
Senti-lhe os seios arfar!Quis então raciocinar,
Num momento reflectido!Ela compôs o vestido
Ainda trémula a doidejar!
Um comentário:
que alentejanície...gosto especialmente do "vontade de noivar.É mesmo do Ervedal..."ê na me lembro do ti vardades...conhecias?"
Postar um comentário